O Presidente da República, João Lourenço, conferiu, esta segunda-feira, posse, aos vice-governadores e administradores do Banco Nacional de Angola (BNA).

20/12/2022   07H03

Titular do Poder Executivo conferiu posse a dois vice-governadores e dois administradores do BANCO

Trata-se de Manuel António Tiago Dias e Pedro Rodrigo Gonçalves de Castro e Silva (vice-governadores), Maria Juliana de Carvalho Van-Dúnem de Fontes Pereira e Miguel Bartolomeu Miguel, agora membros do Conselho de Administração do BNA.

Na presença dos membros do Executivo, o Chefe de Estado desejou aos empossados sucessos nas funções assumidas.

O vice-governador Manuel António Tiago Dias, no final da cerimónia, disse à imprensa que o grande desafio do BNA prende-se com a estabilização macroeconómica.

“No que diz respeito ao BNA e de acordo com a Lei Orgânica, as acções do Banco Nacional de Angola, relativas à estabilização macroeconómica, têm a ver com a estabilidade dos preços da economia do país”, disse.

Manuel António Tiago Dias acrescentou que a bancarização constitui um grande desafio para o BNA, por entender que é por esta via que o canal de transmissão da política  monetária se torna mais eficaz.

Por isso, sublinhou, existe um conjunto de programas a nível da instituição que visam alcançar este desiderato.

O responsável frisou que o Banco Nacional de Angola está apostado em alcançar o maior nível de bancarização possível e, por isso, esta acção vai merecer maior atenção do BNA.

A ideia, segundo o vice-governador, é possibilitar a inclusão das pessoas no sistema bancário e acesso aos serviços financeiros do país.

Quanto à nova forma instantânea de pagamento e das várias plataformas desenvolvidas pelos bancos comerciais, o vice-governador sublinhou que o BNA está a trabalhar na interoperabilidade das diversas plataformas existentes no mercado para que os seus utilizadores possam usá-las e fazer pagamentos independentes da domiciliação ou não das suas contas bancárias numa ou noutra instituição.

“Entendemos que, através dos meios existentes actualmente, principalmente no que diz respeito ao sistema do pagamento móvel, vai contribuir para a bancarização da população”, realçou.

Questionado sobre a recusa pelos cidadãos das moedas de menor valor facial (10 e 20 kwanzas), disse que o BNA realizou no mês passado a reunião de política monetária na província do Uíge e constatou que em todos os estabelecimentos comerciais locais havia moeda e a ser aceite pela população. Reforçou que as moedas metálicas continuam a circular.

O também vice-governador do Banco Nacional de Angola Pedro de Castro e Silva disse que o BNA pretende dar continuidade a um projecto iniciado há cerca de cinco anos, orientado para dois aspectos fundamentais: a estabilidade macroeconómica e o controlo da inflação.

A ideia, salientou, é buscar uma inflação baixa e estável. No que diz respeito ao sistema financeiro, referiu que se pretende dar continuidade ao trabalho de alinhar as práticas do sector bancário às melhores práticas internacionais.

Afirmou que o kwanza tem vindo a valorizar-se: “Tivemos um período recentemente de alguma depreciação e isso tem a ver sempre com a questão da procura e a oferta. Quando a procura é maior que a oferta, como aconteceu nas últimas semanas, é natural que se sinta uma pressão no mercado cambial”.

Pedro de Castro e Silva salientou que, recentemente, foi também já recuperada a estabilidade que se vinha observando desde o princípio do ano.

Explicou que desde o princípio do ano que se vem observando uma trajectória descendente da inflação.

“Tinha sido projectada uma inflação de 18 por cento ao nível do BNA e estamos já com uma inflação inferior a 18 por cento e se os fundamentos macroeconómicos continuarem a se comportar conforme estão, então não há inflação, não há qualquer risco de aumento da inflação”, reafirmou.

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