O ministro do Interior, Eugénio Laborinho, pediu, quinta-feira, em Luanda, aos responsáveis do Serviço de Investigação Criminal (SIC) um maior combate contra os crimes violentos, devido ao aumento contínuo de casos do género.

Eugénio Laborinho fez o pedido durante a abertura do 7º Conselho Consultivo Alargado do Serviço de Investigação Criminal, que decorre até sábado, na sede da corporação, situada no município de Cacuaco.

No acto, o ministro disse que, o ano passado, o SIC registou 10.873 crimes de homicídio voluntário, menos 617 casos se comparado ao igual período do ano de 2020. Na maioria dos casos, explicou, os crimes foram praticados por pessoas conhecidas ou familiares, por motivos passionais, crença no feiticismo e desentendimentos.

O encontro, destacou, é, também, o mais adequado para analisar o desempenho do SIC e melhorar o controlo do potencial delituoso, incluindo os condenados, detidos ou soltos, e os sujeitos a apresentação periódica.

O ministro, que reconhece as dificuldades financeiras do SIC, causadoras do desgaste dos meios e equipamentos durante as acções, pediu à estes efectivos da corporação para estarem melhor preparados, tecnologicamente, para elevar o grau de eficiência e eficácia.

O ano passado, sublinhou, o SIC registou uma redução de 1.438 crimes de natureza diversa, dos quais  62 por cento foram esclarecidos, devido as medidas de prevenção criminal e o trabalho operacional, com realce ao combate do tráfico de drogas e os crimes económicos. “Nesta fase em que o país se prepara para as eleições é preciso uma especial atenção a segurança pública, através de acções de prevenção”, disse.

A melhoria da qualidade dos serviços prestados à população é outro assunto essencial, para Eugénio Laborinho, para quem é fundamental os órgãos afectos à defesa continuarem a ter respeito pelos direitos fundamentais dos cidadãos e garantir a sua liberdade. “É preciso mais acções preventivas e repressivas de combate a criminalidade, em essencial neste período que se registam muitos casos de vandalismo aos bens públicos”, acrescentou.

O director do SIC, Paulo Bendje, disse, durante o Conselho Consultivo, que o órgão vai dar especial atenção aos quadros jovens e as mulheres, por serem o garante da continuidade, mas pediu destes maior humildade e respeito aos veteranos, para a transição geracional ocorrer na normalidade.

Nos primeiros cinco meses do ano, destacou, foram registadas certas ocorrências que envolveram efectivos do SIC e mancharam a imagem da corporação, por isso pediu aos efectivos uma postura diferente, “que salvaguarda o bom nome da instituição”.

O 7º Conselho Consultivo Alargado, do Serviço de Investigação Criminal vai analisar a vida interna do órgão e a tipicidade de alguns crimes ocorridos pelo país. Os crimes de natureza económica e financeiro, como os de peculato e corrupção, constam igualmente entre as prioridades.

Revista Destemidos