24/06/2022 22H40

O coordenador da Rede de Luta contra a Pobreza da Região Norte de Angola (APDCH), no Uíge, defendeu a inclusão de produtos locais no sistema de distribuição da merenda escolar, de forma a fortalecer a dieta alimentar das crianças e o poder de compra das famílias.

Jeremias Maya Mateus realçou que a maioria das administrações municipais distribui a merenda escolar baseada em produtos importados ao invés de mantimentos localmente produzidos, contrariando a estratégia do Executivo que prioriza a oferta assente nos bens locais.

O coordenador acrescentou que, no acompanhamento que faz, a APDCH verifica que todas as escolas recebem merenda escolar, mas as autoridades continuam a adquirir produtos industrializados, o que retira o poder de compra e de venda dos camponeses.

Para Jeremias Maya Mateus, o agricultor que produz o bombó, ginguba (amendoim) ou banana venderia o produto e fortalecer a sua economia, indispensável para adquirir o material escolar para o filho e outros alimentos.”O que verificamos é que algumas empresas estão a trazer o iogurte, bolacha e sumos importados, quando as crianças deveriam alimentar-se de abacate, banana, cana-de-açúcar, laranja. Há, de facto, um desvio à norma do Decreto Presidencial, da lei e das orientações ditadas pelo Executivo”, lamentou.

Por: Silvino Fortunato

Revista Destemidos.