A companhia internacional de petróleo e gás Afentra, revelou que paga 80 milhões de dólares à Sonangol, nos termos de um acordo assinado com a petrolífera angolana para a compara de participações de 20 por cento no Bloco 3/05 do offshore angolano e de 40 por cento no Bloco 23.

Acordo recai sobre participações de 20 por cento do Bloco 3/05 e 40 por cento do 23 

A declaração da companhia segue-se ao anúncio em que, na primeira semana de Abril, a Sonangol divulgou os resultados do concurso público internacional lançado em Junho daquele ano, para a alienação parcial de interesses participativos em oito blocos petrolíferos.

A Afentra afirma, em comunicado disponível no seu portal electrónico, que o acordo com a Sonangol prevê, ainda, a probabilidade de pagamentos de contingência de até 50 milhões de dólares a partir de 1 de Janeiro de 2023, além de um desembolso de 500 mil dólares no Bloco 23.

Em qualquer um dos dois casos, a Afentra figura como não-operadora e os investimentos estão sujeitos à dinâmica do mercado, principalmente pela flutuação do preço do barril de petróleo e os obstáculos na produção.

Informações a respeito divulgadas, ontem, pelos consultores da PetroAngola indicam que o Bloco 3/05 está localizado na Bacia do Baixo Congo, constituído por oito campos produtores já em fase de maturação, com descobertas que remontam da antiga Elf Petroleum, a actual TotalEnergies, no início dos anos 80.

A Sonangol assumiu as operações em 2005 e concentrou-se em sustentar a produção através de reacondicionamento e manutenção da integridade dos activos, mas não ocorreu nenhuma campanha de perfuração nos últimos 15 anos.

O activo possui um portfólio diversificado de mais de 100 poços, dedicando-se à produção em 40 deles, nove dos quais poços de injecção de água activos.  Em 2021, a produção bruta média foi de 17 mil barris de petróleo por dia (bpd), com as reservas brutas estimadas em 100 milhões de bpd.

Depois da conclusão da aquisição, a joint-venture será constituída pela Sonangol, como operadora e uma participação de 30 por cento, Afentra e M&P (20 por cento cada), ENI (12), Somoil (10), bem como NIS-Naftagas e INA (4,0 por cento cada).

O Bloco 23 é de exploração e avaliação localizado numa área de cinco quilómetros quadrados, a uma profundidade de 600 a 1 600 metros, constituindo-se na primeira descoberta no pré-sal em águas profundas na Bacia do Kwanza, onde testes estimam um fluxo situado entre três e quatro bpd, bem como reservas 150 milhões de bpd.

No fim da aquisição, a sociedade integra a Namcor, Sequa e Petrolog (operadora, com 40 por cento dos direitos), Afentra (40) e Sonangol (20).

A companhia prevê que a transacção esteja concluída no terceiro trimestre deste ano, com os próximos passos a incidirem sobre o fim de um exercício de “due diligence” da Afentra, prestação de uma garantia bancária em relação ao depósito da transacção em cerca de 10 por cento e do processo de direito de primeira oferta pela Sonangol.

Além disso, prevê-se a obtenção das aprovações governamentais, bem como de uma extensão da licença concedida ao Bloco 3/05.

Revista Destemidos.