O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, faz hoje o seu sétimo discurso no 25 de Abril

25 de Abril. Marcelo defendeu e pediu reflexão sobre Forças Armadas

Decorreu hoje a sessão solene comemorativa do 48.º aniversário do 25 de Abril de 1974 na Assembleia da República. Aconteceu já sem restrições devido à Covid-19, ao contrário dos dois anos anteriores, 2020 e 2021 – em que vigorava o estado de emergência e houve um número limitado de presenças.

Marcelo Rebelo de Sousa, que fez hoje o seu sétimo discurso no 25 de Abril, evocou Jorge Sampaio no início do discurso, tendo sido fortemente aplaudido. O deputado do PS já tinha feito esta referência. 

O Presidente da República diz que nunca é demais “evocar e agradecer o gesto refundador dos capitães de Abril”.

Não há como esquecê-lo na escrita ou na rescrita da história

Marcelo prossegue e refere as Forças Armadas nestes tempos de guerra, “garantes da independência, soberania, integridade e unidade da pátria”.

“As batalhas como as guerra perdem-se e ganham-se nas pessoas, com elas e para elas”, diz Marcelo, referindo os vários palcos onde estão militares portugueses.

“Se a paz não existir, a insegurança atingirá também as nossas vidas”, diz agora Marcelo referindo-se ao aumento de preços a que esta guerra tem levado. “São as Forças Armadas dos principais garantes dessa paz, mais ainda em tempo de guerra, mesmo que não entrem nessa guerra”. 

Recordando que recentemente se despediu dos soldados portugueses que partiram para a Roménia em missão da NATO, Marcelo diz que paz e segurança são “missão primeira das forças armadas” da nossa pátria, explicando o conceito. 

“Uma pátria são pessoas de carne e osso, todas somadas e cada uma delas per se”, frisa o presidente.

Marcelo reclamou ainda “mais meios” para as Forças Armadas e diz que “isso não é ser-se de direita ou de esquerda é ser-se simplesmente patriota”.

“Se não criarmos essas condições não nos podemos queixar que um dia estamos a exigir missões difíceis de cumprir por falta de recursos”, diz o Presidente, frisando que, se não o fizermos, “depois não nos queixemos de desilusões, frustrações ou afastamentos.”

O Presidente diz que não é possível desinvestir nas forças armadas pensando que “longe vão as guerras”, dizendo que, mesmo sem meios, os militares portugueses continuam a ser dos melhores, pedindo uma reflexão sobre as forças armadas que temos e as que queremos ter. 

“Se os portugueses não perceberem, não aderirem e não apoiarem, não há poder público, mesmo o mais corajoso e voluntarista, que vingue sem a vontade popular”, disse ainda Marcelo.

Já depois de o hino nacional ter sido entoado e de o cortejo que incluía Marcelo Rebelo de Sousa e Augusto Santos Silva ter deixado o hemiciclo, começou a ouvir-se “Grândola, Vila Morena” das galerias. De braço dado, os capitães de Abril ecoaram a canção de Zeca Afonso, acompanhados pelos deputados e membros do Governo.

A sessão incluiu discursos de deputados dos oito partidos com assento parlamentar, por ordem crescente de representatividade, Livre, PAN, BE, PCP, Iniciativa Liberal, Chega, PSD e PS, do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

A partir das 15h00, o edifício do parlamento estará aberto ao público, assim como a residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, desde as 14h30, com circulação entre os dois espaços, onde os visitantes poderão entrar até às 18h00.

A entrada do Presidente da República na Assembleia da República ficou marcada pelos gritos de duas ou três dezenas de populares que manifestam descontentamento com o estado atual do país.  

Dos ex-presidentes da República está hoje presente na AR apenas Ramalho Eanes. O ex-Presidente da República Cavaco Silva não compareceu e também esteve ausente nos últimos dois anos, justificando a

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