O Primeiro-Ministro italiano visitaria, amanhã, Angola, numa deslocação que teria como objectivo diversificar as importações de gás e reduzir a dependência energética da Rússia, mas a visita foi cancelada porque Mario Draghi está infectado com Covid-19, noticiou, ontem, a agência Lusa.

Além de Angola, Mario Draghi visitaria o Congo Brazzaville.

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Capa do Jornal de Angola, Terça, 19 de Abril de 2022

  

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POLÍTICA

Primeiro-Ministro italiano cancela visita oficial a Angola

O Primeiro-Ministro italiano visitaria, amanhã, Angola, numa deslocação que teria como objectivo diversificar as importações de gás e reduzir a dependência energética da Rússia, mas a visita foi cancelada porque Mario Draghi está infectado com Covid-19, noticiou, ontem, a agência Lusa.

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19/04/2022 ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO 09H50

Além de Angola, Mario Draghi visitaria o Congo Brazzaville © Fotografia por: DR

Segundo anunciaram, esta sugunda-feira, os serviços do Primeiro-Ministro italiano, Draghi, de 74 anos, está infectado com SARS-CoV-2, apesar de assintomático.

Fontes do Governo italiano disseram, entretanto, à agência EFE que no lugar do Primeiro-Ministro viajam para Angola e República do Congo os ministros dos Negócios Estrangeiros, Luigi di Maio, e da Transição Ecológica, Roberto Cingolani, que tem a seu cargo a pasta da Energia.

Segundo a Lusa, Draghi deveria chegar amanhã a Luanda, onde se reuniria com o Presidente João Lourenço, e no dia seguinte deslocar-se-ia a Brazzaville, para se reunir também com o Chefe de Estado congolês, Denis Sassou N’Guesso. Fonte do Ministério angolano das Relações Exteriores adiantou que, apesar disso, os canais diplomáticos estão a tratar do reagendamento da visita de Mario Draghi a Angola.

A viagem faz parte dos esforços do Governo italiano para diversificar as importações de energia, especialmente após o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, explicaram fontes do Executivo italiano à agência de notícias espanhola Efe.

A Itália importa quase todo o gás que consome do exterior, cerca de 90%, e aproximadamente 40% vem do território russo. Na última segunda-feira, Draghi viajou para a Argélia, o segundo fornecedor de gás à Itália, depois da Rússia, e conseguiu assinar um acordo para importar mais daquele país do norte de África.

A Itália, ligada ao exterior por cinco gasodutos, recebe gás da Argélia através do gasoduto Transmed, que parte do campo argelino de Hassi R’Mel, no extremo norte do Saara, atravessa a Tunísia e o mar e termina em Mazarra del Valley, na Sicília.

Através deste canal transmediterrânico, a Itália recebeu um total de 22.584 milhões de metros cúbicos de gás em 2021 (em 1990, a Itália importava metade, 10.559 milhões de metros cúbicos). No entanto, o gasoduto argelino tem uma capacidade ainda maior, de até 27 biliões de metros cúbicos, declarou, a 22 de Março, no Parlamento italiano, o ministro da Transição Ecológica, Roberto Cingolani, com responsabilidades energéticas.

No âmbito desta estratégia de diversificação de abastecimento, o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Luigi Di Maio, passou, nos últimos meses, por outros países, como o Azerbaijão, de onde a Itália recebeu, em 2021, 7.214 milhões de metros cúbicos de gás, através de um tubo que atravessa o Mar Adriático, ou o Qatar, de onde importou 6.877 milhões.

Há um mês e meio, Di Maio deslocou-se ao Congo, Angola e Moçambique e assegurou que “todos estes países têm estado disponíveis para aumentar a oferta” de hidrocarbonetos.

Revista Destemidos.