Revista Destemidos

(ANGOLA)MPLA/CPPL/ Manuel Homem promete voltar a fazer de Luanda baluarte do MPLA.

10/10/2022 05H27

O novo primeiro secretário provincial do MPLA em Luanda, Manuel Homem, apelou, este sábado, aos órgãos intermédios e de base a um maior engajamento nas tarefas de mobilização, para manter a capital do país como principal bastião do partido.

Aos militantes, após ser eleito, por unanimidade, durante a 8ª Conferência Provincial Extraordinária, no Centro de Conferências de Belas, Futungo II, Manuel Homem referiu que os resultados eleitorais do MPLA em Luanda servem de alerta e obrigam a adopção de uma postura firme, com mais empenho e dedicação ao partido.

O novo homem forte dos camaradas em Luanda sublinhou que esta situação exige de todos mais trabalho, humildade, organização e mobilização. “Compreendemos a mensagem que nos foi enviada  pelo eleitor da nossa província, baseada nos resultados  alcançados nas Eleições-Gerais de 24 de Agosto”, realçou o político, recomendado aos militantes, simpatizantes e amigos do partido a procederem a uma “profunda reflexão” sobre a situação.

Manuel Homem disse que a escolha dos membros para os diversos escalões deve se basear, sobretudo, em requisitos como militância, dedicação às tarefas do partido, experiência acumulada e meritocracia.

O primeiro secretário provincial do MPLA em Luanda prometeu trabalhar com todos os militantes, ouvindo e buscando neles ideias e soluções que ajudem a melhorar a acção do  partido e resgatar a esperança dos cidadãos no MPLA, dada a sua  capacidade de resolver os problemas do povo.

O membro do Bureau Político do MPLA e também governador da província de Luanda anunciou, para breve, a elaboração de uma estratégia de trabalho, com propostas concretas, com vista o crescimento e reorganização do partido a todos os níveis na capital do país.

“Vamos analisar, nos próximos dias, o programa de trabalho que existe, melhorá-lo, se necessário, e estabelecer as metas para a sua execução periódica, cuja avaliação deverá ser sistemática”, frisou Manuel Homem.

Militantes de ocasião

Uma das passagens do discurso de Manuel Homem, que “arrancou” muitas palmas, sobretudo dos jovens, foi quando reprovou o comportamento dos camaradas que apenas dão a cara nos ciclos eleitorais, a que designou “militantes de ocasião”, imbuídos do desejo de integrarem as listas. Estes, disse, ao “não atingem os seus objectivos, desaparecem, e, passam a trabalhar contra o partido”.

“O individualismo não será uma qualidade aceitável e tolerável”, afirmou Manuel Homem, que convidou os militantes de vários escalões a observarem a humildade e arregaçar as mangas para executar as tarefas em prol da causa do MPLA e do povo angolano.

“O bom trabalho político deve ser complementado por uma boa governação, que passa pela resolução dos principais  anseios dos cidadãos”, enfatizou Manuel Homem, que prometeu trabalhar para um maior alinhamento entre o governo provincial e o MPLA. Manuel Homem reafirmou o compromisso de continuar a ser exigente consigo e com os colaboradores, no sentido de materializarem as aspirações mais nobres do povo angolano.

Recomendado mais trabalho nas bases

A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, recomendou ao novo primeiro secretário do partido em Luanda a observar maior empenho na congregação das diferentes sensibilidades internas do partido na capital, dinamização do trabalho político nas bases e resgate da influência, sobretudo nos bairros e comunidades.

“Esteja mais próximo dos militantes e da população. Estenda, igualmente, o diálogo a todos os níveis e apoie-se na força e na vitalidade das organizações sociais do partido”, aconselhou.

Aos colaboradores directos de Manuel Homem no Comité Provincial, a vice-presidente também deixou o repto de apoiarem e demonstrarem o mesmo carinho e afecto, como o fizeram com o primeiro secretário cessante, Bento Bento.

“Na política, como noutras esferas da vida, temos sempre de tirar lições do que fizemos, como fazemos e avaliar os resultados que alcançamos. Este exercício, às vezes sensível, exige sentido de elevação e responsabilidade, onde devemos separar as pessoas do problema, ou seja, atacar o problema e não as pessoas”, enfatizou a vice-presidente do partido, lembrando que a força do MPLA, desde a sua fundação, até aos dias hoje, reside nos seus princípios e valores, que devem ser observados por todos os militantes.

Luísa Damião defendeu o reforço da coesão no seio do partido, do trabalho político-ideológico e a capacitação dos novos militantes.
Resultados  eleitorais exigem empenho político

A vice-presidente Luísa Damião pediu, ainda, o apoio “incondicional” dos militantes ao líder do MPLA e Presidente da República, João Lourenço, na materialização das políticas públicas e sociais, tendo em conta os compromissos assumidos nas Eleições Gerais de 24 de Agosto.

Luísa Damião pediu maior reconhecimento e valorização dos militantes que se empenham e dão tudo pelo MPLA e defesa do seu líder. Reafirmou a aposta no diálogo permanente como instrumento para a prevenção e resolução de “ruídos nefastos”, a fim de vencer os desafios político-eleitorais.

“O trabalho que Luanda exige deve ser da responsabilidade do primeiro secretário, dos seus mais directos coadjutores e de todos os militantes da base ao topo”, frisou.

Em nome da direcção do MPLA agradeceu ao primeiro secretário cessante, Bento Bento, pelo abnegado trabalho desenvolvido em Luanda, durante o processo eleitoral. A eleição de Manuel Homem ao cargo de primeiro secretário do partido em Luanda, explicou, deveu-se, essencialmente, pelo facto de ser um quadro jovem, tecnocrata, com elevada margem de progressão política e profissional.

 
Pombolo defende mais diálogo

O secretrário-geral do MPLA, Paulo Pombolo, considerou “essencial” a construção do triângulo do diálogo e concertação  entre as estruturas de base, intermédias e centrais, com vista a  mudança da imagem do partido na capital.

“Os militantes das bases de Luanda têm muito para contribuir na  qualidade do trabalho e das decisões que o primeiro secretário do partido venha a tomar para melhorar a situação”, afirmou o Paulo Pombolo, no encerramento da conferência, que juntou 1525 delegados, dos quais 772 mulheres.

Defendeu maior apoio à JMPLA e à OMA, para que estas organizações sociais mobilizem mais militantes, salientando que o MPLA deve contribuir para que os projectos  do Governo concorram para a resolução dos problemas sociais das populações.

 
Bento Bento afirma “o dever cumprido”

Ao intervir na abertura da conferência, o primeiro secretário cessante, Bento Bento, agradeceu à direcção central do partido pela confiança política que lhe foi depositada para conduzir a acção geral em Luanda, num momento que considerou “bastante difícil”.

Recordou que assumiu a missão de trabalhar com todos os sectores da sociedade luandense durante os últimos dezassete meses, sobretudo para resgatar a mística do MPLA em Luanda, salientando que deixa o cargo com “o espírito de dever cumprido”.

Bento Bento recomendou aos militantes o apoio ao seu sucessor, a quem desejou sucessos na “nobre e exigente missão”.


Eleito por unanimidade   

A VIII Conferência Provincial Extraordinária elegeu Manuel Homem para o cargo de primeiro secretário do MPLA em Luanda com 1496 votos a favor, correspondentes a 98,1 por cento dos  votos válidos.

Os delegados à VIII Conferência Provincial Extraordinária exprimiram a sua disponibilidade e entrega para o êxito do trabalho do MPLA em Luanda, com vista a  vitória nos desafios actuais e futuros.

Reafirmaram, igualmente, total e incondicional apoio à implementação do Programa de Governo sufragado nas Eleições Gerais de 24 de Agosto último.

Expressaram total apoio ao Presidente João Lourenço na implementação das medidas políticas que resultem numa governação fundamentada no lema “trabalhar mais e comunicar melhor”.

Os delegados congratularam-se pela forma efusiva como os angolanos celebraram o Centenário Natalício do Fundador da Nação e Herói Nacional, António Agostinho Neto, e reiteraram o compromisso de preservar, de forma incondicional, o pensamento político-ideológico que norteou a sua acção e abnegado empenho na Luta de Libertação Nacional, que culminou com a proclamação da Independência, a 11 de Novembro de 1975.

Os delegados à conferência apoiam, sem reservas, a nota de repúdio emitida pelo Bureau Político do MPLA relativa às acções de incitamento à subversão, e exortam a população de Luanda a abster-se de quaisquer práticas contrárias à defesa da unidade nacional, da paz e da estabilidade, preceitos que contribuem para o fortalecimento da democracia e do desenvolvimento do país.

Por: Garrido Fragoso

Revista Destemidos.

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