09.08.2022 23H24
O direito de fazer essas escolhas pertence aos africanos, e somente aos africanos, disse Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, ao lançar uma nova estratégia para a África.
O funcionário do governo norte-americano fez um discurso, nesta terça 9, durante o lançamento da nova estratégia de Washington para a África subsaariana, na Universidade de Pretória, na África do Sul.
Em um movimento descrito pelo South China Morning Post como um contrapeso à influência russa e chinesa na África, Blinken disse que os EUA “pressionarão por projetos focados em saúde, infraestrutura digital, empoderamento de mulheres e meninas, energia e clima”.
“Os EUA não vão forçar os países africanos a escolher entre eles e seus rivais, particularmente China e Rússia, mas oferecerão uma alternativa mais construtiva”, disse o secretário de Estado dos EUA.
Ao lado de Naledi Pandor, ministra das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Blinken ouviu que a Rússia é um “parceiro econômico significante para a África do Sul” e que seu discurso soava “paternalista“, principalmente quando países europeus buscam aliados para forçar uma condenação à Rússia.
“Uma coisa que eu não gosto é que me digam ‘ou você escolhe isso ou então…'”, disse Pandor a repórteres ao lado de Blinken, após conversas bilaterais.
Durante o briefing, ela atacou os EUA com uma acusação de dois pesos e duas medidas e disse que ninguém na África do Sul apoiou o conflito na Ucrânia, mas que as regras do direito internacional não estão sendo aplicadas igualmente.
“Devemos estar igualmente preocupados com o que está acontecendo com o povo da Palestina como estamos com o que está acontecendo com o povo da Ucrânia”, disse.
Revista Destemidos.