07/06/2022 10H08

Despedida dos bolseiros aconteceu no Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências

Ao intervir na cerimónia de despedida dos 50 bolseiros angolanos que ontem partiram para formação em França, nas áreas de engenharia, Diamantino Azevedo disse que o país deixará de importar derivados do crude, com a conclusão da Refinaria de Cabinda, com capacidade de produzir 60 mil barris de petróleo, e a do Soyo, província do Zaire, com capacidade para 100 mil barris por dia.

Além das duas refinarias em construção, frisou o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, foi reactivado o projecto da Refinaria do Lobito, assim como foram melhoradas as instalações da Refinaria de Luanda, para a produção de mais gasolina para o mercado, cujo processo termina em breve.

Diamantino Azevedo referiu que a construção e melhoramento da indústria petrolífera em Angola é uma estratégia do Presidente da República, que orienta o sector da refinação petroquímica para retirar o país da dependência de derivados do petróleo e de outros minerais externos.

Além das reformas visadas na indústria petrolífera, frisou o ministro, nesse mandato o Executivo conseguiu pôr em funcionamento os laboratórios do Instituto Geológico de Angola, em Luanda e Lubango (Huíla), e de Micro-diamante, em Saurimo (Lunda-Sul).

Com a entrada em funcionamento do Laboratório de Micro-diamante no Saurimo, disse o ministro, o país não tem mais necessidade de enviar diamantes para análises fora. Neste momento, Angola conta com três fábricas de lapidação em Luanda e quatro em Saurimo, enquanto outras estão em construção.

No que toca ao Pólo de Lapidação de Saurimo, Diamantino Azevedo disse que tem uma infra-estrutura com todas as condições técnicas, que permitem ao sector privado instalar suas fábricas de lapidação de diamantes.

Para melhor funcionamento do Pólo de Lapidação, referiu, a Endiama construiu duas escolas, uma para formação na área de lapidação, que já instruiu jovens que lá trabalham, e outra técnico-profissional.

Ainda no sector dos Minerais, frisou o ministro, no Lubango foi implementado o Centro de Valorização de Rochas Ornamentais, uma das estruturas que antes não havia e que vai contribuir na concretização e valorização da industrialização de Angola.

O Executivo, em colaboração com a petrolífera italiana Eni, está empenhado a enfrentar os desafios da transição energética para as energias solares, com todo o rigor, tendo já lançado no Namibe o primeiro projecto solar, que prevê produzir 50 mil quilowatts de energia.

Com a TotalEnergy, referiu Diamantino Azevedo, o Executivo trabalha para lançar um outro na província da Huíla, além de trabalhar em outros projectos de bio-energia e de hidrogénio com a participação de uma empresa alemã.

 “Juntando todos esses projectos, o país terá melhores condições tecnocientíficas para transformar as matérias-primas em produtos acabados, dando em-prego e riqueza às famílias”, destacou.


Formação em França

Relativamente aos 50 jovens bolseiros, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás apelou à responsabilidade e maturidade para a aquisição de conhecimentos e de habilidade nos três anos de formação.

Diamantino Azevedo disse que o país precisa de capital humano, em particular jovens, por forma a transformarem os recursos brutos em matéria acabada. O responsável para o sector Petrolífero garantiu continuidade na formação de jovens e na melhoria das condições de ensino no país.

O embaixador de França em Angola, Daniel Vosgiens, disse que, em duas décadas, o serviço de cooperação da Embaixada francesa tem levado a cabo inúmeros programas de bolsas de estudo para jovens angolanos. Ao longo destes últimos anos, frisou Daniel Vosgiens, mais de mil jovens angolanos beneficiaram de um apoio financeiro para concluírem uma formação académica em universidades ou institutos universitários da França.

De acordo com o embaixador, muitos formandos foram assumidos na totalidade pela Embaixada da França e de outros parceiros públicos e privados franceses. Daniel Vosgiens disse que a França vai prosseguir e, se for possível, reforçar a sua acção para valorizar e dar mais atractividade aos jovens angolanos a terem uma experiência  de mobilidade e de prossecução de estudos superiores em França.

Os 50 estudantes angolanos seleccionados, que já se encontram desde as primeiras horas de hoje em Paris, vão beneficiar de formação superior nas várias áreas de engenharia, de acordo com o embaixador francês.

Seleccionados a partir da campanha de candidaturas, aberta em Fevereiro deste ano em todo o país, onde quatro mil candidatos foram submetidos a testes, os finalistas (50) tiveram resultados considerados “mais qualificados”.

Os estudantes angolanos, segundo Daniel Vosgiens, vão ser inscritos nos Institutos Universitários Tecnológicos (IUT) que estão repartidos em 23 cidades francesas, onde, em três anos de formação, obterão o grau de licenciatura.

Dentre as especializações, o embaixador francês destacou a de Engenharia Mecânica e Produção, Engenharia Química e dos Processos, Engenharia Eléctrónica, Informática Industrial e Manutenção, Telecomunicações, Redes, entre outras.

Os 50 jovens formam o segundo grupo de angolanos a beneficiar de formação em França, no âmbito do programa de bolsas de um acordo de cooperação iniciado entre Angola e França em 2014, que visa a empregabilidade dos jovens angolanos.

De acordo com o diplomata, o Governo francês garante o seu apoio e cooperação para formar técnicos qualificados, cuja finalidade é contribuir para o desenvolvimento e sustentabilidade do sector industrial angolano.

Por: Mazarino da Cunha.

Revista Destemidos.