O Instituto Nacional de Petróleos (INP) está a trabalhar nos detalhes finais de um plano curricular para a criação do primeiro curso de energias renováveis, com vista a formar quadros para prestarem assistência técnica aos projectos de energias fotovoltaicas instalados no Sul do país.

A informação foi avançada, ao Jornal de Angola, pelo director-geral da instituição, Joaquim Alegria, à margem do 8º Congresso Africano de Petróleo e Exposição (CAPE VIII), que Luanda acolheu  de 16 a 19 do presente, sob o lema “Transição Energética e o Futuro da Indústria de Petróleo e Gás em África: Oportunidades , Desafios e Desenvolvimento”.

De acordo com Joaquim Alegria, o instituto já formou cerca de 14 mil quadros nacionais que estão inseridos no mercado de trabalho, além de 180 de nacionalidade estrangeira, como electromecânicos, instrumentistas, mecânicos e outros  que operam turbinas e bombas de motores, mas os avanços que o país está a dar no processo de transição energética estão na base do novo projecto.

O instituto gasta cerca de 179 dólares por dia para cada aluno, um montante que é subvencionado pelo Estado, enquanto os pais e encarregados de educação participam com dois mil kwanzas por dia para a alimentação, de acordo com o responsável.

“O governo está a fazer grandes investimentos ao nível das energias renováveis, com particular realce para os parques fotovoltaicos no Sul do país. Novos projectos, de certeza, vão ser implementados, de modo que haverá necessidade de técnicos para a sua manutenção. Estamos sempre atentos às tendências do mercado, pelo que julgamos ser oportuno inserir este curso já a partir do próximo ano lectivo”, disse.

Enquanto decorrem os trabalhos de desenvolvimento do plano curricular para a criação de um curso de energias renováveis, o Instituto Nacional de Petróleos conta com a colaboração da Sonangol e outras empresas que operam no território nacional, para que os estudantes realizem estágios curriculares nas suas instalações.

“O estágio curricular é uma fase muito importante na consolidação dos técnicos, na medida em que precisa de se adaptar ao ambiente profissional para que os seus conhecimentos sejam maximizados. Infelizmente, a Pandemia da Covid-19 interrompeu este processo, pois os trabalhadores das empresas que referi faziam teletrabalho. Todavia, a situação volta a normalizar-se”, revelou.

Entre as principais dificuldades, Joaquim Alegria apontou o facto de o instituto contar com estudantes provenientes de todas as províncias do país, alguns dos quais são obrigados a realizar o estágio em províncias onde não têm familiares.

“Celebramos um acordo com a Sonangol, que nos cedeu as suas instalações em todas as províncias em que estão instalados os seus activos, de modo que procuramos fazer com que cada estudante realize estágios na localidade mais próxima possível da sua província. Contudo, isso não deixa de implicar, custos com alojamento, refeição, assistência médica e a própria formação  técnica”, afirmou.

Revista Destemidos