O principal desafio do continente para os próximos 40 anos é a concretização da visão da Agenda 2063 de África: “construir uma África integrada, próspera e pacífica, impulsionada pelos seus próprios cidadãos que representam uma força dinâmica na arena internacional”, asssegurou nesta quinta-feira, em Adis Abeba, a Comissária da União Africana (UA), Josefa Sacko.

Comissária da União Africana (UA), Josefa Sacko, ao centro 

Durante o  encontro que manteve na sede da União Africana,  na capital Etiópe, com o director geral  para os assuntos  Pan-Africano  do governo canadiano Tarik Khan, a diplomata da União Africana manifestou preocupação  do impacto negativo  que a pandemia de Covid-19, considerando “devastador, expondo as rachaduras e vulnerabilidades existentes e revertendo o progresso na Agenda 2063 e nos objectivos do desenvolvimento sustentável, em  particular, mostrou quão vulneráveis ​​são nossos sistemas alimentares, de saúde e econômicos”.

Fez saber  que, a Comissão da União Africana está, tambem, empenhada na implementação dos compromissos de Sharm el-Sheikh sobre água e saneamento,  e, o seu sucesso na aceleração dos dos objectivos nesta vertente    africana  sobre segurança hídrica, rede de monitoramento da qualidade da água e implementação das diretrizes de políticas  sobre saneamento, que facilitará o seu esforço para concretizar o fim da defecação a céu aberto no continente.

“Devemos também procurar desenvolver uma estrutura sucessora para a “Africa Water Vision 2025”, por isso, dada a experiência do Canadá em água e saneamento e vigilância no continente, esperamos explorar parcerias nesta área”, assinalou.

Neste particular,  informou que a UA está a trabalhar para  a conferência das Nações Unidas sobre água a ser realizada em 2023, porque considera, que  sem água, não se poderá  esperar alcançar sistemas alimentares sustentáveis, industrialização ou linhas de base de saúde e saneamento.

Deste modo, precisou que, a UA precisa de reforçar os seus recursos humanos e capacidade técnica em questões de água, por isso, solicitou o apoio do Canadá  para a materialização deste compromisso  nos  países da UA, visto que, a experiência  canadense é reconhecida no tratamento das questões de  água e saneamento.

No diz respeito ao programa da economia azul, deu a conhecer, que oferece vários pontos de entrada para colaboração, inclusive com a AUDA-NEPAD, que poderíam ser  explorar, para o fortalecimento desta actividade no continente.

Deste modo, adiantou, a diplomata  que se deve fortalecer os sistemas de alimentos azuis, infraestrutura, ciência oceânica e comércio e inovação, mas também, olhar para os  recursos de água doce.

No capitulo da redução de risco de desastres, reconhece que, embora, se tenham sido feitos progressos na redução do risco e no reforço da resiliência,com a entrada em funcionamentodo sistema de alerta antecipado de riscos múltiplos da UA e a sala de acção antecipada para fornecer alertas sobre desastres iminentes em  África,os estados membros,  ainda enfrentam desafios monumentais para gerir os crescentes riscos de desastres agravados pelo clima.

“Há uma necessidade urgente de enfrentar esses desafios por meio de sistemas ágeis de alerta precoce de vários perigos,  governança robusta do risco de desastres, reforço do financiamento de risco para resiliência e Resiliência Urbana”, alertou.

Colaboração

Por seu turno , o diplomata canadiano Tarik Khan, mostrou-se receptivo em colaborar com a UA, por ser, um parceiro válido  na estratégia global  integrada em princípios comuns.

“É do nosso interesse financiar projectos para o desenvovlimento e materialização da estratégia da Agenda 2063. Além disso, há uma necessidade urgente de construir a capacidade técnica dos actores para trabalharem ecfetivamente nestas  questões”, destacou.

Revista Destemidos.