Pesquisadores da área de relações internacionais acreditam que o país tem potencial para construir alianças na busca da resolução do conflito na Ucrânia e pelo fim das restrições econômicas à Rússia, seja com o atual presidente ou com Lula no poder.

Embora estejam em campos políticos opostos no cenário nacional, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parecem alinhados quando o assunto são as sanções econômicas contra a Rússia.

Os  líderes das pesquisas eleitorais para o pleito deste ano já se posicionaram contra as restrições impostas pelo Ocidente devido ao conflito na Ucrânia.

Lula, por exemplo, disse no início do mês passado que o “bloqueio é uma arma de guerra tão poderosa quanto a bomba atômica”.

“No fundo, [as sanções] estão, no caso da América do Sul, bloqueando quase todos os países por conta não só do preço do petróleo, mas da proibição dos fertilizantes”, ressaltou o petista no dia 5 de abril, em evento com Martin Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu, conforme noticiou a revista Carta Capital.

Pouco após o início da operação militar especial na Ucrânia, Bolsonaro rechaçou a adoção de qualquer tipo de sanção contra a Rússia, garantindo que o país manteria a neutralidade diante do conflito.

“Quando se fala em sanções econômicas, cada país coloca na mesa o que topa desde que isso [área ou item de interesse] fique de fora. Alemanha não aceita falar em sanções econômicas do gás, como muitos países da Europa. Os Estados Unidos também têm áreas que não aceitam discutir sanções”, declarou Bolsonaro, ao dizer que “a questão dos fertilizantes é sagrada” para o Brasil,  segundo informou o site Metrópoles.

Mas o que o atual presidente ou Lula (caso vença as eleições) poderia fazer além de criticar as medidas? O Brasil tem potencial para se colocar na posição de mediador na busca pela revisão das crescentes sanções antirrussas?

Especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil acreditam que o histórico da diplomacia do país aponta para esse caminho.

O pesquisador do Núcleo de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Brasília (Unb) Robson Valdez afirma que o Brasil “tem agendas de alto nível tanto com os países centrais quanto com os emergentes”.

Segundo ele, a posição do país no quadro geopolítico “consolidou o universalismo como um dos vetores da diplomacia brasileira ao longo das últimas décadas”.

Revista Desteidos.