Aliados e simpatizantes do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, comemoraram na segunda-feira a potencial compra da rede social Twitter pelo empresário Elon Musk, que interpretaram como um gesto em “defesa da liberdade”.

Aliados de Bolsonaro comemoram potencial compra do Twitter por Elon Musk

Odeputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do Presidente, publicou mensagens nas quais criticava as dúvidas que a operação levantou.

Os parlamentares brasileiros de esquerda “não vão dormir com a possibilidade de o Twitter ficar livre”, escreveu.

O irmão e senador, Flávio Bolsonaro, partilhou publicações de apoio a Musk e pediu ao magnata para reativar a conta do ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que já anunciou não pretender voltar à plataforma.

Jair Bolsonaro, investigado pelo Supremo Tribunal Federal brasileiro por divulgar notícias falsas sobre a covid-19 e o sistema eleitoral, também deu a entender satisfação ao partilhar uma publicação em que Musk pediu aos críticos para o seguirem no Twitter, por ser “isso que significa a liberdade de expressão”.

Bolsonaro recomendou ainda um artigo a explicar como desativar a conta, dirigido aos utilizadores que não “querem ficar no Twitter de Elon Musk”.

O ministro das Comunicações brasileiro, Fábio Faria, deu aos parabéns a Musk, fundador da Tesla e da SpaceX, nas redes sociais pela possível aquisição do Twitter por 44 mil milhões de dólares (cerca de 41 mil milhões de euros).

“Mais uma vez ele [Musk] está dois passos à frente de outros agentes e agora está a dar um gesto ao mundo em defesa da liberdade”, disse Faria.

A deputada Carla Zambelli celebrou o acordo, por representar “uma grande derrota para a esquerda mundial, que pretende silenciar qualquer voz dissonante”.

Várias organizações não-governamentais de defesa dos direitos humanos, incluindo a Amnistia Internacional (AI) e a União das Liberdades Civis dos Estados Unidos (ACLU, na sigla em inglês), expressaram preocupação com a possível compra do Twitter por Elon Musk.

“O Twitter tem a responsabilidade de proteger os direitos humanos, incluindo o direito de viver sem discriminação e violência e a liberdade de expressão e opinião”, disse o diretor de Tecnologia e Direitos Humanos para os EUA da AI, Michael Kleinman.

Kleinman acusou o Twitter de “fechar os olhos” ao “discurso violento e abusivo” contra mulheres e minorias.

Empresas como o Twitter “desempenham um papel profundo e único para permitir o novo direito à expressão ‘online'”, sublinhou a ACLU.

“Devemos estar preocupados quando qualquer agente central poderoso, seja um governo ou uma pessoa com dinheiro, (…), tenha tanto controle sobre os limites do nosso discurso político ‘online'”, acrescentou a organização.