Revista Destemidos

Biden “dececionado” por não poder passar a fronteira a partir da Polónia

O Presidente dos EUA, Joe Biden, mostrou-se hoje dececionado por não poder atravessar a fronteira com a Ucrânia a partir da Polónia e avaliar pessoalmente o impacto da guerra no país, ao assegurar que “não deixaram fazê-lo” por motivos de segurança.

Biden "dececionado" por não poder passar a fronteira a partir da Polónia

“Não me deixam, e suponho que é compreensível, cruzar a fronteira, e observar o que está a acontecer na Ucrânia”, acrescentou o Presidente norte-americano.

Biden, que se encontrava a 100 quilómetros do país vizinho, não repetirá o que fez há 20 dias o secretário de Estado, Antony Blinken, que em 05 de março cruzou brevemente a fronteira para se reunir com o seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba.

A Casa Branca, ao alegar medidas de segurança, apenas revelou esta madrugada a deslocação de Biden à cidade polaca de Rzeszow, situada a cerca de uma hora por estrada da fronteira ucraniana.

Após visitar os militares norte-americanos estacionados neste país, membro da NATO, Biden participou numa reunião centrada na ajuda humanitária que tem sido dirigida aos mais de dois milhões de refugiados ucranianos que chegaram à Polónia no último mês.

Biden, sentado ao lado do Presidente polaco Andrzej Duda, disse estar emocionado com as imagens que viu de locais como Mariupol, o principal bastião ucraniano no mar de Azov, e que permanece sob cerco russo.

“Parece ficção científica, ligar a televisão e ver como estão algumas destas cidades”, afirmou.

Biden elogiou a “valentia, paixão e resiliência” do povo ucraniano, e a “coragem” de muitos civis perante a invasão russa.

“Quando vês uma mulher de 30 anos de pé frente a um tanque com uma espingarda… Recorda o que se passou na praça Tiananmen ao quadrado”, afirmou, numa alusão ao “homem do tanque” no decurso da repressão aos protestos contra o regime chinês.

Rzeszow foi a primeira etapa de Biden na Polónia, que amanhã se vai reunir em Varsóvia com refugiados ucranianos e emitirá um discurso sobre a resposta aliada à invasão russa da Ucrânia, no final de uma deslocação à Europa e que também incluiu Bruxelas.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos, incluindo 120 menores, segundo os mais recentes dados da ONU.

O conflito também provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,7 milhões procuraram refúgio nos países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Revista Destemidos

Exit mobile version