Um projecto privado de cultivo em mar de mexilhões, desenvolvido por uma cooperativa de 35 membros, na província de Benguela, prevê, nos próximos cinco anos, atingir uma produção de 14.400 toneladas ano, como resultado do investimento aplicado no valor de 18 milhões de kwanzas.

Coordenador do Projecto de Maricultura em Benguela, Rui Rocha © Fotografia por: Agostinho Narciso |Edições Novembro

Dados fornecidos ao Jornal de Angola pelo coordenador do projecto, Rui Rocha, na recente conferência sobre o Mar, alusiva a semana dos oceanos, que se comemorou de 18 a 27 do mês de Fevereiro, assinalam que, numa primeira fase, a meta de produção é de 3.600 toneladas, mediante um investimento inicial de pouco mais de três milhões de kwanzas.

O projecto decorre na comunidade da Caota e é pertencente a Cooperativa  “Mexilhão Yetu”, integrada por 15 homens e 20 mulheres.

Segundo Rui Costa, o projecto será um modelo de cooperativa  que no futuro se possa duplicar, quer em outras comunidades da província de Benguela, quer nas demais províncias do país.

“Com a autonomia da comunidade, temos uma produção composta por 15 estruturas, designadas como cordas principais, ao que teremos, em 2024, mais quatro estruturas montadas, o que vai permitir aumentar a produção até 2026  para as mais de 14 mil toneladas pretendidas”, afirmou.

Rui Rocha assumiu, todavia, que o projecto em caso de atingir maturidade plena tem potencial para alcançar uma produção de até 54 mil toneladas nos mesmos cinco anos (60 meses).

Com relação aos custos, o coordenador do projecto disse que as receitas e despesas de produção estão relacionadas com infra-estruturas locais, incluindo materiais, como cordas, bóias, redes de algodão biodegradável e outros meios para processamento.

“Estamos a gizar esforços para que a comunidade continue a utilizar este tipo de rede disponíveis”, disse.

Capacitação técnica

Para o sucesso da cooperativa, a coordenação do projecto tem apostado na formação técnica do pessoal afecto a mesma.

O ciclo formativo tem como principal foco o manuseamento do mexilhão, técnicas de armazenamento e integração das mulheres. Entre os maiores desafios, destaca-se o da segurança alimentar.

Actualmente, decorrem várias acções formativas em benefício das mulheres da comunidade da Caota, relativamente ao processamento do mexilhão, prevenção de mortalidade e calibração, já que os mesmos devem ser mantidos vivos. Têm sido feitas também formações teóricas sobre higiene e segurança no trabalho.

De acordo com o coordenador do projecto de “Maricultura de mexilhão”, actualmente, participam no ciclo formativo 59 mulheres, dentre processadoras de pescado, estudantes, desempregadas e outros profissionais.

Rui Rocha explicou não se tratar de um processamento completo, mas apenas de uma limpeza e embalamento, seguindo o protocolo de higiene e segurança, que permite não só valorizar o produto como também dar garantia ao consumidor  em aspectos relacionados com a segurança alimentar.Um dos resultados formativos, realçou, foi a recolha das sementes dos ovinhos do mexilhão, com o envolvimento das equipas técnicas afectas ao projecto.

Fonte: Jornal de Angola

Revista Destemidos